
Lembro-me de um tempo onde o máximo que conseguíamos era pegar uma fita K-7, e fazer uma cópia daquele disco vinil ou outra fita do seu colega, ou gravar as músicas pelo rádio, onde a gente ficava horas e horas só esperando a música desejada "passar" no rádio... Pra quem tem menos de 12 anos, isso parece piada, não é? Pois é. Mas era assim que as coisas funcionavam.
Do surgimento da música comercial em grande escala, que se deu mais ou menos no começo do século passado, até os dias de hoje, a era da Internet e seus recursos infinitos é de longe a maior revolução ocorrida quando o assunto é música, em todos os sentidos.
No período da música clássica, os compositores e músicos em geral tinham como ferramentas apenas instrumentos acústicos para apresentar seus trabalhos, partituras escritas para registrá-los e o boca-a-boca para divulgá-los. Com o passar do tempo e avanço de tecnologias como o invento da fita magnética, que permitia registrar sons, ou o progresso dos meios de comunicação e transportes, o horizonte do mundo musical começou a se expandir, trazendo consigo a possibilidade de que o artista explorasse comercialmente seu trabalho, além de permitir um maior alcance deste.
Todas essas revoluções demoraram décadas, ou até séculos para terem mudanças significativas, mas a Internet veio para escandalizar tudo, devastar como um furacão a tranquilidade dos agentes deste mercado rentabilíssimo, pondo em xeque os princípios éticos e os conceitos relacionados à música e ao seu mercado. Hoje não se fala mais em quantas cópias foram vendidas de um disco, ou qual a música mais tocada nas rádios; a onda agora é o número de downloads, os programas P2P, os Torrents, e uma série de outros recursos de disponibilização de músicas.
Antigamente, lembro-me de como era difícil pra gente como nós, nascida num país de "3º mundo", acompanhar os artistas preferidos e conhecer realmente a fundo o trabalho completo daquela banda favorita.Vários fatores contribuíam para isso: Os discos sempre foram muito caros; Muitos discos de artistas internacionais (e até nacionais) nem mesmo se encontrava nas lojas de discos, pois sua distribuição era limitada, principalmente em cidades fora do eixo Rio/SP; Quase não existia meios de pirataria, até porque as próprias mídias eram caras, e mais uma série de fatores.
O fato é que naquela época, o meio que se tinha pra ouvir um disco era pegando emprestado com alguém, ou ouvindo uma música ou outra pela rádio, o que convenhamos era muito frustrante. Ficar ouvindo repetidas vezes aquela mesma fitinha k-7 de sempre todo dia no caminho da escola era um saco! Que ironia, hoje eu mudo a trilha sonora do meu caminho pro cursinho todo dia... rsrsrs... Raramente ouço a mesma coisa de um dia pro outro.
O que é que rola hoje em dia? Resposta: Uma briga generalizada entre músicos/produtores/gravadoras (principalmente) versus usuários/sites/internet em geral.
Ora, pra mim essa briga é descabida. Por que? Pois se tomarmos como base o fato de que o princípio mais primordial do funcionamento da Internet é a cópia, a discussão sobre quebra de direitos autorais perde sentido.
A Internet tem por funcionamento básico a transmissão de dados feita por cópia de arquivos de um servidor ou um usuário para outro usuário. Dessa forma, tudo o que vemos na nossa tela é fruto de cópia de arquivos. Assim, como pode um áudio qualquer ser executado e ouvido por um usuário senão por meio da cópia/transferência de arquivos?
Claro, isso não quer dizer que o usuário tenha o direito de copiar ao seu bel prazer todos os discos ou músicas sem desembolsar nada por isso. O direito pela obra do autor continua sendo deste, cabendo a ele gozar todos os benefícios sobre seu trabalho, inclusive o financeiro. Mas como fazer para impedir que o trabalho do artista seja distribuído indiscriminadamente pela Internet?
Pra mim, essa é uma causa que já nasceu perdida, com o nascimento da própria Internet.
Todo dia se fecha uma comunidade do orkut, extingue-se um programa de download, tira-se arquivos dos discos virtuais, etc etc etc. Mas pra cada um que é tirado, outros dez surgem.
O artista moderno, que já nasceu na era da Internet talvez esteja mais adequado a essa realidade, mas os artistas da velha guarda, assim como as gravadoras tradicionais relutam em engolir esse novo contexto. O que eles não vêem, é que esta foi uma mudança definitiva e para sempre, não há como o mercado actual se virar contra o avanço tecnológico e a globalização.
Hoje o artista deve mais do que nunca se virar com as cartas que tem na manga, e abrir mão da Internet parece suicídio. Querer gravar um disco e vender milhões de cópias virou saudosismo ou utopia, você escolhe. Tudo bem que é possível a venda de discos ou faixas individuais pela rede, o que continua sendo uma boa pedida. Mas o que aqueles envolvidos com a música, ou os próprios artistas têm de compreender e aceitar de uma vez por todas e para seu próprio bem, é que o mundo mudou, o mercado mudou, a música mudou. E não vai voltar mais ao modo como era antes.
Hoje o artista deve pensar na gravação de sua obra e na Internet em si como um meio fantástico de divulgar e distribuir seu trabalho, deixando para esperar alcançar lucro a partir daí, em outros tipos de retornos como a publicidade, os shows e apresentações que surgirem.
Ora, pra mim essa briga é descabida. Por que? Pois se tomarmos como base o fato de que o princípio mais primordial do funcionamento da Internet é a cópia, a discussão sobre quebra de direitos autorais perde sentido.
A Internet tem por funcionamento básico a transmissão de dados feita por cópia de arquivos de um servidor ou um usuário para outro usuário. Dessa forma, tudo o que vemos na nossa tela é fruto de cópia de arquivos. Assim, como pode um áudio qualquer ser executado e ouvido por um usuário senão por meio da cópia/transferência de arquivos?
Claro, isso não quer dizer que o usuário tenha o direito de copiar ao seu bel prazer todos os discos ou músicas sem desembolsar nada por isso. O direito pela obra do autor continua sendo deste, cabendo a ele gozar todos os benefícios sobre seu trabalho, inclusive o financeiro. Mas como fazer para impedir que o trabalho do artista seja distribuído indiscriminadamente pela Internet?
Pra mim, essa é uma causa que já nasceu perdida, com o nascimento da própria Internet.
Todo dia se fecha uma comunidade do orkut, extingue-se um programa de download, tira-se arquivos dos discos virtuais, etc etc etc. Mas pra cada um que é tirado, outros dez surgem.
O artista moderno, que já nasceu na era da Internet talvez esteja mais adequado a essa realidade, mas os artistas da velha guarda, assim como as gravadoras tradicionais relutam em engolir esse novo contexto. O que eles não vêem, é que esta foi uma mudança definitiva e para sempre, não há como o mercado actual se virar contra o avanço tecnológico e a globalização.
Hoje o artista deve mais do que nunca se virar com as cartas que tem na manga, e abrir mão da Internet parece suicídio. Querer gravar um disco e vender milhões de cópias virou saudosismo ou utopia, você escolhe. Tudo bem que é possível a venda de discos ou faixas individuais pela rede, o que continua sendo uma boa pedida. Mas o que aqueles envolvidos com a música, ou os próprios artistas têm de compreender e aceitar de uma vez por todas e para seu próprio bem, é que o mundo mudou, o mercado mudou, a música mudou. E não vai voltar mais ao modo como era antes.
Hoje o artista deve pensar na gravação de sua obra e na Internet em si como um meio fantástico de divulgar e distribuir seu trabalho, deixando para esperar alcançar lucro a partir daí, em outros tipos de retornos como a publicidade, os shows e apresentações que surgirem.
Ferramentas diversas existem na Internet para aqueles que se adaptaram e pretendem utilizar-se dessa ferramenta como um aliado, e não como vilão: orkut, myspace, rádios on-line, blogs, discos-virtuais, sites de bandas, etc. Abrir mão disso tudo é condenar-se ao ostracismo. Não há como qualquer artista, das bandinhas de garagem aos medalhões consagrados, sobreviverem sem a Internet nos dias de hoje.
Assim sendo, claro que vou deixar aqui o link do MySpace da minha banda Casa Vermelha, né?!
Quem quiser pode ouvir nosso 1º CD livremente e na íntegra através do www.myspace.com/casavermelha ok?
Assim sendo, claro que vou deixar aqui o link do MySpace da minha banda Casa Vermelha, né?!

Um abraço, e até a próxima coluna!
Rafa Moraes
é bão?
ResponderExcluir;D